Movimento pan-africano comemora dois anos de esforços nacionais rumo à malária zero

Photo credits WHO/T. Trenchard
A campanha Zero Malária Começa Comigo continua o êxito em 15 países, agora com uma nova iniciativa do sector privado
2 de Julho de 2020, Adis Abeba/Genebra – O dia de hoje assinala o 2.º aniversário da campanha Zero Malária Começa Comigo, o movimento pan-africano formado para reforçar os esforços ao nível nacional, regional e continental na luta por uma África sem malária.
Desde o seu lançamento pelos líderes africanos na XXXI Cimeira da União Africana, em Julho de 2018, o movimento foi adoptado em 15 países (Chade, Costa do Marfim, Etiópia, Essuatíni, Gana, Mauritânia, Moçambique, Níger, Nigéria, Ruanda, Senegal, Serra Leoa, Uganda, República Unida da Tanzânia e Zâmbia) aos quais outros se juntarão durante o presente ano.
Sob a liderança conjunta da Comissão da União Africana e da Parceria RBM pelo Fim da Malária, a campanha Zero Malária Começa Comigo fomenta movimentos de base ao envolver figuras políticas a todos os níveis, ao mobilizar recursos e financiamento e ao capacitar as comunidades para tomar a seu cargo os esforços contra a malária e responsabilizar os respectivos líderes por essa luta.
Sua Excelência Amira Elfadil Mohammed Elfadil, Comissária da UA para os Assuntos Sociais, afirma:
“Contando agora com 15 países, a campanha Zero Malária Começa Comigo está cada vez mais forte em todo o continente. Todavia, com a COVID-19 a ameaçar os esforços de eliminação da malária, é importante, mais do que nunca, a união de toda a África para acabar com esta doença. Por esse motivo, apelamos ao resto do continente que adira ao movimento para acelerar o progresso no sentido da malária zero.
Em África, a malária afecta todas as camadas da sociedade, prejudicando a educação das nossas crianças, sobrecarregando os nossos sistemas de saúde e repercutindo-se no desenvolvimento económico. É assim fundamental que todos, dos líderes nacionais e comunitários às empresas e comunidades, se mantenham vigilantes para conservar o progresso contra a doença que tanto nos custou a alcançar e continuem esse mesmo progresso. A malária zero começa comigo, contigo e com todos nós.”
A malária é uma doença que afecta desproporcionadamente o continente africano, que detém mais de 90% dos casos e da mortalidade devida à malaria a nível mundial. De acordo com o modelo de dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a grande desestabilização das campanhas de distribuição de redes tratadas com insecticida e do acesso aos medicamentos anti-maláricos em consequência da COVID-19 poderá resultar, no corrente ano, no dobro do número de mortes devidas à malária – perto de 800 mil – na África Subsariana.
Para evitar este cenário de extrema gravidade, as nações africanas estão a mobilizar-se para beneficiarem do período crítico que se antecipa à estação das chuvas e antes que a COVID-19 alastre mais pelo continente, para prosseguirem com acções essenciais para proteger vidas, como as companhas de distribuição de redes mosquiteiras, a fumigação de interiores com insecticida de acção residual e os tratamentos preventivos de mulheres e crianças.
O Dr. Abdourahmane Diallo, CEO da Parceria RBM pelo Fim da Malária, afirma:
“O movimento Zero Malária Começa Comigo continua a ganhar força e estamos orgulhosos do que já foi conseguido até hoje, mas há que redobrar os nossos esforços ainda mais para garantir que a malária – um dos nossos inimigos mais antigos e mortais – não ressurja em consequência da COVID-19.
Ao avançarmos para o terceiro ano da iniciativa, é animador ver que o sector privado está a assumir um papel cada vez maior nos esforços para eliminar a doença. Estamos empenhados em continuar os nossos esforços juntamente com a União Africana, os países, as empresas e as comunidades no sentido de implementar programas “zero malária” adaptados e concretizar a nossa visão de uma África sem malária.”
Dando seguimento ao êxito obtido, o movimento lança hoje a Iniciativa Empresarial Zero Malária, liderada pelo banco pan-africano Ecobank, a Parceria RBM e o grupo de defesa Speak Up Africa. A colaboração visa fomentar o envolvimento do sector privado no combate à malária, dando a oportunidade às empresas de protegerem da malária as respectivas comunidades locais e de apoiarem o crescimento económico local, apelando a uma vontade política mais forte, maior financiamento e respostas mais específicas para a eliminação da malária.
Ade Ayeyemi, CEO do Grupo Ecobank, afirma:
“É imperativa a intensificação da colaboração para eliminar a malária no continente, pois a doença continua a afectar as nossas economias. As PME africanas são o pilar das nossas economias na África Subsariana, daí que o trabalho com a Speak Up Africa garanta que aquelas serão envolvidas e capacitadas, bem como outros actores do sector privado, de modo a contribuírem para uma maior sensibilização acerca da malária nas nossas comunidades.”
Desde o seu lançamento, a campanha Zero Malária Começa Comigo aumentou a liderança nacional e o envolvimento das comunidades na luta contra a malária. As principais realizações incluem a criação do Conselho para o Fim da Malária na Zâmbia e a formação de uma coligação dos meios de comunicação social que apoia o trabalho dos jornalistas sobre a malária na Serra Leoa. Salienta-se também a criação de um novo Fundo para o Fim da Malária pela Sua Majestade, o Rei Mswati III do Reino de Essuatíni, a fim de permitir o financiamento interno e preencher a lacuna de cinco milhões de dólares do financiamento necessário para alcançar as metas ambiciosas de combate à malária do Essuatíni.
Joy Phumaphi, Secretário Executivo da Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária, afirma:
“Louvamos a liderança africana de alto nível e o compromisso em vencer a luta contra a malária desde a Declaração de Abuja de 2000. No centro da campanha Zero Malária Começa Comigo está o envolvimento de todas as partes interessadas e a ênfase colocada na acção local e nos investimentos nacionais. A criação de fundos e conselhos nacionais para o fim da malária é um factor decisivo que está a mobilizar todos os sectores da sociedade para reunir recursos com vista à eliminação da malária. Só conseguiremos alcançar a visão de zero malária m todo o continente africano através dos esforços organizados e realizados por cada país.”
– FIM –
Notas para os editores
Para marcação de entrevista ou para obtenção de mais informações acerca da campanha Zero Malária Começa Comigo, contactar o Gabinete de Imprensa da Parceria RBM em Grayling através do endereço electrónico RBMPartnership@grayling.com ou pelo telefone +44 (0)20 3861 3747.
Sobre a União Africana
A União Africana (UA) é um organismo continental constituído pelos 55 estados-membros que compõem os países do continente africano. Foi fundada oficialmente em 2002 e sucedeu-se à Organização de Unidade Africana (OUA, 1963-1999). O Departamento de Assuntos Sociais trabalha na promoção, na UA, da saúde, do trabalho, do emprego, da migração, do desenvolvimento social, do controlo de estupefacientes, da prevenção criminal, do desporto e da agenda cultural. De forma a garantir a realização dos seus objectivos e a concretização da visão pan-africana de uma África integrada, próspera e pacífica, foi elaborada a Agenda 2063 como quadro estratégico para a transformação integrante e socioeconómica de África a longo prazo. A Agenda 2063 apela a uma maior colaboração e apoio das iniciativas africanas conduzidas internamente, para assegurar a concretização das aspirações do povo africano.
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Sobre a Parceria RBM pelo Fim da Malária
A Parceria RBM pelo Fim da Malária é a maior plataforma global para uma acção coordenada contra a malária. Inicialmente estabelecida como Parceria Roll Back Malaria (RBM) em 1998, a plataforma mobiliza acções e recursos e promove o consenso entre os parceiros. A Parceria é formada por mais de 500 parceiros, incluindo países onde a malária é endémica, parceiros bilaterais e multilaterais, o sector privado, organizações não governamentais e comunitárias, fundações e instituições académicas e de investigação. O Secretariado da Parceria RBM está sediado no Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) em Genebra, na Suíça.
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